Blog sobre Moçambique
Mostrando postagens com marcador Mozambique Economics. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mozambique Economics. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Crises financeiras: Falhas de Governos ou de Mercados ?

John Taylor escreveu há semanas na sua coluna do Magazine Forbes, sobre o efeito das políticas governamentais na geração da crise económica internacional e no seu artigo qual teria sido a principal causa, se as falhas do governo ou as falhas de mercado. Surpreendentemente Taylor aponta as falhas do Governo como principal causador e impulsionador da crise, contrariando grande parte do debate que aponta as falhas do mercado como o principal causador da crise.

Cliff Winston, no seu livro Falhas do Governo Versus Falhas de Mercado, chega a mesma conclusão básica de evidencia empírica, sugerindo que o custo social do fracasso de um governo pode ser consideravelmente maior do que a falha de mercado. No seu livro, Winston aponta que grande parte das pesquisas sobre a crise financeira são encomendadas, realizadas e co-financiadas por governos, o que leva muitas vezes a serem tendenciosas e inconsistentes.

Do acima descrito fico com duas questões: Estará Jonh Taylor a ser demasiado neoliberal, será que as teorias economicas, para esta crise, nunca falharam, apenas falharam as políticas económicas ao longo dos últimos anos? Ou por outro lado, será que é preciso rever-te todo o debate que se fez em torno da crise financeira internacional.

Em Moçambique, a crise financeira fez-se sentir relativamente menos em 2008/2009 em relação aos países da região. O mercado de aluminio provocou uma queda das exportações, mas em contrapartida houve uma série de efeitos compensatórios (queda dos preços de petróleo e de alimentos, donativos internacionais assegurados).

O Governo Moçambicano, em termos de política económica, provavelmente faça aquilo que outros governos da região e do mundo não estejam a fazer para evitar as falhas do governo apontadas nos primeiros parágrafos deste texto.

A descentralização das finanças públicas e a introdução do fundo de iniciativa local, a indrodução do imposto simplificado para os pequenos constribuintes, a expansão da base tributária e a melhoria significativa do nível de colecta de receitas fiscais, aliados às intervenções de política monetária do Banco de Moçambique, são algumas das decisões e acções de política económica que contribuiram para que em Moçambique não se verificasse esta permissa de Taylor, de forma acentuada, nos últimos anos.

Afinal de contas quem é que provoca as crises ? os governos ou os mercados em si ?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Dinâmicas da Pobreza e Padrões de Acumulação Económica em Moçambique

Já estão disponíveis na página do IESE as comunicações apresentadas na Conferência do IESE. São comunicações importantes que contribuem significativamente para o debate sobre a pobreza e o desenvolvimento de Moçambique.
Vale a pena visitar este link com as comunicações da Conferência do IESE para aqueles que se preocupam com questões económicas e sociais em Moçambique, investigadores, Académicos, estudantes, profissionais e muito mais podem buscar informação relevante nestas comunicações.

terça-feira, 17 de março de 2009

Dicas Sobre como fazer face à crise Financeira Internacional

Crise Financeira – Algumas dicas sobre como fazer face.

Estive a tentar buscar algumas ideias sobre como colaborar com os pequenos empresários e empreendedores Moçambicanos a fazerem face a crise financeira internacional. Como é que se pode reduzir os riscos económicos em fases de crise ? Uma boa alternativa seria buscar serviços de consultoria financeira junto de instituições ou pessoas especialistas para o efeito, Por outro lado pode imprimir esta página, sentar-se a secretária ou a Beira-Mar e começar a preparar-se

1. Construir e manter a sua posse de dinheiro (liquidez)

A Falência das pessoas não se deve às dividas totais que possuem, mas sim ao facto de esquecerem-se dos pagamentos que devem às instituições financeiras que, após algum tempo, tomam medidas contra os empresários tais como o encerramento dos seus negócios.

Em termos simples, isto significa que o pequeno e médio empresário deve ter dinheiro “confortável” em mão, para poder fazer face a situações. Se o empresário ou empreendedor ou a sua esposa perder o emprego, ou os negócios não estarem a correr bem, o indivíduo deve ser capaz de recorrer a este dinheiro “confortável” para manter a energia, a água e o telefone, capaz de abastecer o automóvel, e de se alimentar. A Experiência desta poupança não livra o empreendedor do setress da crise, mas poderá efectivamente ajudar a aliviar os momentos difíceis até ultrapassar-se a fase menos boa.

O Dinheiro “confortável”, a que também chamam de fundos de emergência, deve ser guardado preferencialmente em contas de poupança capitalizadas, ou seja, que rendam juros. Não misture o seu fundo de emergência com as suas contas ancárias regulares pois poderá ser tentado a investir e gastar o dinheiro em outros fins. A Razão é que o propósito deste dinheiro não é crescer nem fazé-lo rico. É apenas para fazer face as suas contas correntes quando você está “apertado”. É o último recurso.

2. Manter seguros de saúde, de vida, de deficiência, e outros seguros

Durante as crises muitos optam por cortar algumas despesas correntes que são consideradas menos importantes. Para alguns indivíduos os seguros são várias vezes sacrificados, um terrível erro que pode levar à destruição financeira. E se você ou o seu cônjuge tiverem um ataque cardíaco ou forem diagnosticadas com câncro? E se o seu filho desenvolve uma rara infecção?

Se for um indivíduo extremamente rico, com acções e títulos inesgotáveis, várias empresas, etc, o seu recurso mais importante seja a sua capacidade de trabalhar. Esta é uma ,razão que leva a que em muitos países o seguro de invalidez seja vital para os cidadãos.

3. Eliminar gastos desnecessários - E pagar com Cartão de Crédito!

Mesmo que não haja nenhuma pressão financeira sobre a pessoa, se esta acredita que há alguma probabilidade de ela ser afectada directamente pela recessão económica, então ela deverá começar a cortar alguns gastos desnecessários e procurar melhorar a liquidez. Alguem perguntaria, o que são gastos desnecessários ? Bom a intenção não é definir este conceito mas sim apontar que será preciso reduzir algumas despesas fixas mensais tais como a redução do número de revistas e jornais comprados semanalmente nas bancas, a redução daquelas compras cujo corte não afecta o nosso padrão normal de vida.

Se usa cartão de crédito, pense seriamente em parar de usá-lo. A utilização do cartão de crédito está sujeito a taxas de juro e o indivíduo pode não estar em condições de suportar os juros cobrados pela utilização do credito.


4. Expanda suas fontes de receita

O seu património líquido pode aumentar se você reduzir os gastos e gerar mais renda apartir de fontes não correlacionadas com o seu emprego convencional.

Imagine que você é um trabalhador de uma companhia de telefonia móvel e sua esposa é enfermeira. Você pode iniciar um pequeno negócio em casa apenas para produzir o suficiente para pagar a renda mensal da casa, libertando esta despesa da dependência em relação ao seu salário. É importante que os cidadãos, em particular pequenos empresários, comecem a pensar assim.

5. Use a oportunidade de comprar ativos de baixos preços

As crises e recessões em geral constituem uma boa oportunidade de compra de activos a preços baixos. Por exemplo empresas com equipas talentosas de gestão e com qualidade, com fortes demonstrações financeiras, uma boa rentabilidade sobre os capitais próprios e oportunidades de crescimento no futuro são estratégicas em momentos de crise.Itálico

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Deve ou não o Estado Moçambicano Distribuir Crédito ?

Numa altura em que os Estados Americano e Europeus estão a injectar avultadas somas dinheiro para evitar a falência de várias instituições financeiras e tentar sair da crise financeira internacional, e numa altura em que Estadistas como Lula afirmam que foi deitada abaixo a fé dogmática no princípio da não intervenção do Estado na Economia, O Economista Moçambicano Carl0s Castel-Branco veio recentemente à publico defender que não é papel do Estado distribuir crédito às populações no Distrito, no âmbito do fundo de iniciativas locais, mas que esse papel devia ser relegado à instituições financeiras através de incentivos e benefícios.

Recentemente um outro economista Moçambicano, Hipolito Hamela, veio a público afirmar que uma das melhores vitórias do governo Moçambicano, na sua óptica, foi a introdução do fundo de desenvolvimento local, pese embora fosse necessário corrigir alguns aspectos. Portanto Hamela defende o intervencionismo do estado na alocação de credito.

A intervenção do estado na concessão de credito não serve para proteger os lucros do sector privado, mas para minimizar as rígidas condições que os Bancos Comerciais impõem ao desenvolvimento local de Moçambique, e para absorver o risco que o sector financeiro privado Moçambicano não assume, mesmo com a introdução de benefícios e incentivos por parte do Estado, que o Professor Carlos Castel-Branco se refere.

Basílio Muhate