Blog sobre Moçambique

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Como ganhar dinehiro com o seu Blog ?

Estive a pesquisar vários sites na internet sobre como Ganhar dinheiro através de um blog, ou seja como tornar o blog rentável. Esta roda já foi inventada e já há quem está no negócio há mais de 10 anos e a obter bons resultados financeiros.
A minha pesquisa no Google deu-me 1.070.000 resultados quando coloquei a frase "como ganhar dinheiro com um blog" e alguns links eu recomendo para quem quer fazer da blogosfera, a médio e longo termo, uma fonte de geração de receitas.

Seguem-se alguns links que podem ser úteis:
1. Blog da Maysa de Castro
2. Site Fique Rico
3. O Blog do Dinheiro
4. Interney (provavelmente o melhor)
5. Ganhar-Dinheiro-Net

O Ponto é que hoje muitos vivem e fazem face as suas despesas blogando, investindo em publicidade nos seus websites e blogs e fazendo o e-marketing ou e-vendas através do fluxo de visitantes das suas páginas de internet.
Enquanto uns blogam por hobby e por prazer, existe o lado financial da blogosfera. Rentabilizar financeiramente os blogs ainda não é comum entre os bloguistas Moçambicanos. os Blogues de Moçambique com maior destaque são blogues de tratam de assuntos políticos, mas raramente a pensar em rentabilidade e a fazer da blogosfera um espaço de promoção do empreendedorismo.

No entanto são muitos os que dizem: tira o cavalinho da chuva, não se ganha dinheiro na net. Um artigo intitulado 4 milhões e meio de blogueiros ganham dinheiro com a Internet é o exemplo claro do debate que vai se travando sobre se efectivamente ganha-se dinheiro com um blog ou não.
O certo é que, qualquer que seja o negócio, para se obter retornos é necessário esforço, sacrifício e dedicação pois nada vem ao acaso.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Uso de bicicletas em Moçambique e o impacto na renda e despesa das familias

Qual é o impacto da introdução de bicicletas no mercado moçambicano na economia e nasofinanças das familias do País ? Fica em aberto...
Esta questão vem a propósito de noticias publicadas aqui e aqui segundo as quais cerca de 3.000 bicicletas serão colocadas no mercado para, numa primeira fase previlegiar os funcionários do Estado. Estas bicicletas servirão para os funcionários do Estado se deslocarem de e para os seus locais de trabalho em substituição paulatina dos Transportes semi-colectivos de passageiros "chapa". Este é um projecto liderado pelo Ministério dos Transportes e Comunicações (MCT) e da Indústria e Comércio (MIC)

A ideia dos promotores é de reduzir os custos dos funcionários com os autocarros e todos os transportes públicos, e ainda massificar nos cidadãos a opção por um meio de transporte amigo do ambiente, que dispensa combustíveis e que permite a prática de exercício físico, para além de supostamente reduzir o tempo de espera nas paragens dos autocarros e nos congestionamentos, agora típicos nas horas de ponta nos principais centros urbanos do país.

Seria um tema interessante analisar o impacto de introdução de bicicletas na renda disponível das familias Moçambicanas. Igualmente seria uma boa oportunidade para uma análise dos encargos do Estado e das autarquias que uma iniciativa como esta poderá causar. Obviamente que será necessário fazer uma reforma nos sistemas de estradas e sinalização rodoviária.

Quem sabe a experiência de Chimoio, de Lichinga e de Quelimane, onde a utilização de bicicletas é uma realidade, possa servir de exemplo de como estes meios são viáveis. Um outro aspecto que até chega a ser engraçado é que a cidade de Maputo, diferentemente de Quelimane, tem uma zona baixa e a parte alta da cidade, por ai o exercício físico será uma realidade visivel e espera-se que não crie constrangimentos na flexibilização do funcionalismo público.

Se esta iniciativa for efectivamente bem implementada e houver uma boa articulação entre os agentes envolvidos tanto do sector privado, governo e utentes, as familias poderão poupar mais em despesas de transportes públicos.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Reajuste do Salário Minimo em Moçambique

A Comissão Consultiva do Trabalho (CCT) de Moçambique, um órgão que envolve o governo Moçambicano, os empregadores e os sindicatos em representação dos empregados, já chegou a acordo sobre os salários mínimos a vigorarem em Moçambique no presente ano, estando as propostas dependentes de uma aprovação por parte do Governo atrvés do Conselho de Ministros.
Eis as novas alterações:

Evolução do Salário Mínimo por Sector em Moçambique 2008 a 2009

Pode-se notar pela tabela acima que em Moçambique as actividades financeiras é que têm a tendência de apresentar uma maior variação do salário mínimo nacional, isto porque o sector financeiro é provavelmente o sector mais rentável da economia Moçambicana e exige uma mão de obra básica melhor qualificada em relação à outros sectores.
O grande dilema que as autoridades Moçambicanas, em particular a Comissão Consultiva do Trabalho envolvendo o Governo, os sindicatos e os empregadores, não consegue resolver é o contraste existente entre o custo da cesta básica de um trabalhador Moçambicano, avaliado em cerca de 1221 meticais por pessoa ao final do mês e toda esta discussão sobre o salário mínimo cujas propostas máximas de aumento não chegam à metade do valor da mesma cesta básica. Sendo o agregado familiar Moçambicano médio constituído por 5 pessoas, o custo da cesta básica é de 1221x5=5.229,00 MT (o equivalente a aproximadamente 200 Dólares Norte Americanos USD) para um agregado familiar. Esta cesta é constituída pelo consumo básico de um cidadão Moçambicano que inclui arroz, feijão, farinha de milho, amendoim, peixe, vegetais e legumes, pão, óleo, açucar, carvão vegetal, petróleo de iluminação, transporte e sabão (excluíndo água, luz, telefone, lazer, etc).
Obviamente que a classe trabalhadora não fica satisfeita com as propostas, mas é aquilo que os empregadores estão em condições de ceder no momento. A negociação salarial sempre foi um assunto de intermináveis debates pois todos pretendem buscar ganhos na negociação. A Presente negociação salarial ocorre há poucos dias das celebrações do 1º de Maio, dia Internacional do Trabalhador.

domingo, 19 de abril de 2009

Conferência do IESE em Maputo

O Instituto de Estudos Sociais e Económicos de Moçambique (IESE) está preocupado com as "Dinâmicas da pobreza e padrões de acumulação económica em Moçambique" e por isso realiza uma Conferência nos dias 22 e 23 de Abril. Na conferência serão igualmente lançados três livros do IESE e haverá uma exposição sobre actividades e resultados da investigação realizada por várias organizações nacionais de investigação social e económica.
Está de parabéns o IESE por esta iniciativa económica e social e esperamos que depois tenhamos a oportunidade de aceder a publicações ou relatórios que subsidiem os policymakers Moçambicanos, gestores de empresas e estudantes na busca de mais ferramentas cientificas para elaboração de políticas de desenvolvimento económico e Social.
O Dr. Carlos Castel-Branco, com o IESE está a produzir muita pesquisa e investigação na área económica e social, a qual é necessário dar o devido mérito e reconhecimento, mas é importante assegurar que esta escola de pensamento que o Dr Castel Branco está a gerir seja efectivamente uma plataforma meramente académica e de pesquisa económica e social.
As dinâmicas da pobreza e padrões de acumulação económica em moçambique não se compadecem com as incoerências e extremismos das diferentes abordagens de desenvolvimento, principalmente em países como Moçambique, onde as classes e os agentes que fazem o crescimento económico (aqui refiro-me aos maiores contribuintes no PIB de Moçambique) são completamente distintos dos agentes responsáveis pelo desenvolvimento económico (pobreza, analfabetismo, mortalidade, HIV-SIDA, esperança de vida, etc) . Temos que caminhar todos no mesmo barco sob pena de não nos percebermos uns aos outros.
Mais uma vez está de parabéns o IESE pela realização desta conferência que tanto era esperada por vários segmentos da sociedade Moçambicana.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Lei de Defesa do Consumidor oportuna para Moçambique

A Associação de Defesa do Consumidor de Moçambique (ADECOM) trabalhou na elaboração de uma proposta de Lei de Defesa do Consumidor, que é alvo de análise pela Assembleia da República (AR) de Moçambique.
A proposta, segundo a imprensa Moçambicana, engloba aspectos tais como os direitos dos consumidores, onde se destacam as trocas e devoluções de produtos, facto visível em muitas montras do País (NÃO ACEITAMOS TROCAS E DEVOLUÇÕES), a publicidade enganosa principalmente em relação aos preços dos produtos, o respeito aos prazos, a definição do conceito de consumidor, a criação de um instituto do consumidor para a fiscalização do cumprimento da lei, dentre outros.




Trata-se de uma lei oportuna na medida em que o consumidor final, aquele que adiquire o bem ou serviço para a sua utilização final, não sejá um agente passivo do processo, mas tenha salvaguardado uma série de direitos que de certa maneira contribuem para uma melhor qualidade de prestação de serviços e de venda.


Continuamos a assistir de forma abusiva a recusa ou omissão de alguns estabelecimentos comerciais de apresentação do LIVRO DE RECLAMAÇÕES aos clientes, quando solicitados, um facto que tem sido dificil de fiscalizar por parte das autoridades, sendo por isso importante que haja uma autoridade fiscalizadora dos Direitos dos consumidores.


Um outro exemplo, que também não deve ser ignorado, é o ramo dos Seguros, em particular o seguro automóvel, onde afigura-se importante a institucionalização de um regime que fixa as regras e os procedimentos a observar pelas empresas de seguros com vista a garantir, de forma pronta e diligente, a assunção da sua responsabilidade e o pagamento das indemnizações devidas em caso de sinistro no âmbito do seguro de responsabilidade civil automóvel.

As questões de Defesa do consumidor tais como à qualidade dos bens e serviços; à protecção da saúde e da segurança física; à formação e à educação para o consumo; à informação para o consumo; à protecção dos interesses económicos; à prevenção e à reparação dos danos patrimoniais ou não patrimoniais que resultem da ofensa de interesses ou direitos individuais homogéneos, colectivos ou difusos; à protecção jurídica e a uma justiça acessível e pronta e à participação, por via representativa, na definição legal ou administrativa dos seus direitos e interesses, não podem ser vistas de forma isoladas do ponto de vista regulador e implementador. É preciso que sejam tomados em consideração a regulamentação existente em Moçambique sobre concorrência entre agentes económicos, sobre saúde e segurança alimentar e outros sectores complementares.

O Consumidor Moçambicano não deve ser o agente económico com o maior peso derivado da fraca qualidade ou do mau atendimento, ou simplesmente aquele que paga uma factura pesada devido as externalidades ou factores endógenos negativos causadas pelo mercado Moçambicano.


Basílio Muhate

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Banca de Xipamanine pode gerar carros de luxo e mansões ! (?)

Hoje decidi partilhar um texto do meu compatriota Adriano Biza escrito no MoçambiqueOnline onde comenta uma notícia veiculada num dos órgãos de informação de Moçambique (que por acaso também acompanhei a reportagem), sobre o percurso de uma mulher (por ocasião do 7 de Abril dia da Mulher Moçambicana) que vende doces/rebuçados no Mercado Xipamanine e que tem uma bela mansão e um carro de luxo (HUMMER).

Vale a pena porque é um assunto que pode pode "arranhar" sensibilidades jornalisticas, financeiras e económicas, sociólogicas, psicológicas, empresariais, etc. Mas o ponto é que o Combate à pobreza e principalmente a criação de riqueza através do empreendedorismo constituem inequivocamente os desafios da ordem do dia.

Ai vai o texto:

Acabo de ver no jornal nocturno da STV uma noticia sobre o dia da mulher e como para mostrar a mulher batalhadora, a STV foi buscar uma senhora que tem banca no Xipamanine, tem casa (vivenda luxuosa como foi xamado)e sobretudo, porque repisaram e insistiram tem uma viatura marca HUMMER.

Eu nao quero entrar nas discussoes dos criterios usados para a escolha da senhora, mas fiquei reticente para nao dizer decepcionado pelo facto de (a ser verdade que aquela senhora conseguiu aquilo vendendo doces/rebucados) a STV ter enfatizado o tipo de carro. Mais do que a STV mostrar alguem que conseguiu vencer a vida partindo da venda dos doces, a espectaculosa enfatizou ou valorizou a viatura como se o sucesso na vida passasse por ter uma viatura daquelas.


Preocupa me porque a noticia passou num feriado em que parte das criancas estavam em casa a ver TV e provavelmente terao incorporado uma vaga e erronea valorizacao do sucesso na vida, que eh a ideia de ter um HUMMER. Eu acho que a STV poderia ter escolhido outros indicadores de sucesso que a mesma senhora tem, mostrando a tal vivenda grande e luxuosa no lugar de enfatizar a viatura HUMMER (que nao tenho nada contra). Mas me preocupa que o meu filho queira pedir deixar de ir a escola para vender doces somente por acreditar que tal como STV anunciou e provou (a gente acredita vendo) ele pode ter um HUMMER.

Eu nao quero duvidar do farro questionador dos jornalistas da STV, mas ca entre nos, conhecendo o valor do carro e o valor dos doces (seja a retalho ou a atacado) sou levado a desconfiar que ela tenha conseguido o carro vendendo doces naquela banquinha que mostraram. Ai a STV poderia ter ido mais alem na pesquisa e nao ficar pelo "verbalmente anunciado" como mandam as regras do jornalismo, logo num mes em que abriu mais uma escola superior de jornalismo.

Dizer e mostrar que aquela senhora saiu dos doces para ter aquilo tudo eh ser simpatico da ideia famosa de que Chefe do Estado tem o capital e fortuna que tem apartir da criacao e venda de patos. Ha um paralelismo nas duas stories profiles e isso eh muito perigoso para os nossos filhos e mais perigoso ainda quando ha pessoas e instituicoes que reproduzem essas meta-estorias de sucesso que nao ajudam a construir nem a autoestima ou mesmo combater a Pobreza.
Nao vamos brincar com o Poder que a Informacao tem, por favor...

Hahatawonana

P.S: a ser verdade a estoria, entao o dono da fabrica dos doces deve ser um tolo, teria ja comprado a General Motors e outras empresas de fabricacao de automoveis neste contexto da crise que como disse Lula foi criada pelos tipos de olhos azuis.........

Fim da citação.

Bom, seja como for está de parabéns a Mulher Moçambicana pela passagem do 7 de Abril.
A mulher mais linda do Mundo é a mulher Moçambicana.
Adenda 1: comentário de José Jaime Macuane
Essas reacções são interessantes, porque pensei que só lá em casa tivéssemos ficado escandalizados com a forma simplista como o sucesso da Sra. foi reportado pela STV. Em qualquer país com uma administração tributária que funciona,ela nem se atreveria a sair numa reportagem daquelas e nos lançar a balela de que conseguiu aquilo tudo vendendo doces e, de bacela, nos empurrar todas aquelas lições de empreendedorismo e liderança. Já agora vai uma dica à ATM (não que ela não a conheça, mas vale à pena lembrar) e olha que é fresca, porque estamos a apresentar as nossas declarações anuais de rendimentos para efeitos de pagamento do IRPS: cruzem as declarações de rendimentos dos últimos anos da Sra. e comparem com o património dela. Se tudo bater certo - os rendimentos, a casa, o Hummer e quejandos - as nossas instituições de ensino superior têm duas opções: dão à Sra. uma cátedra em empreendodorismo, ou apoio para abrir uma faculdade de empreendorismo. Quanto a nós, "vamosimbora" matricular-nos na escola da sra., porque, certamente, ela seria um fenómeno.
JJM

terça-feira, 24 de março de 2009

Sobre a Crise Financeira Internacional (Primeira-Ministra Luísa Diogo na AMECON)

A Economista Luisa Diogo, Primeira-Ministra Moçambicana, apresentou numa Palestra organizada pela AMECON, as oportunidades e desafios que se impõem à economia Moçambicana face à crise financeira internacional. Desta vez, a Primeira Ministra assumiu inequivocamente que Moçambique não tem meios de ficar alheio à crise.
Esta nova abordagem da economista Luisa Diogo, na sua qualidade de Primeira-Ministra da República de Moçambique, vem demonstrar claramente que o Governo Moçambicano está gradualmente a visualizar a crise financeira internacional de forma mais sincronizada em termos de desafios e oportunidades, e vai-se forjando uma abordagem conjunta em relação às medidas fiscais, monetárias e cambiais a serem tomadas em face ao abanão que afecta as economias mais fortes do mundo, em particular a banca.

Uma economia como a Moçambicana, que depende em mais de 50% do financiamento externo dificilmente poderá ficar alheia à oscilações macroeconómicas no resto do mundo, ou à variações profundas nas taxas de juro ou de câmbio nos mercados dominantes da região (eg. África do Sul) e do Mundo (eg. EUA). A médio e longo prazo os efeitos fazem-se sentir.
Segundo a Primeira-Ministra, há uma prespectiva de crescimento económico em Moçambique entre os 5% e 6% no presente ano, segundo as projecções do Banco de Moçambique e, caso isso não aconteça haverá uma necessidade de reajustamento da economia.

Em relação ao sistema financeiro Moçambicano aponta-se o fortalecimento da supervisão bancária e adópção de medidas de política monetária e cambial que assegurem a estabilidade financeira e uma variação cambial que promova exportações.
Em relação a este ponto é preciso olhar para as variações cambiais do metical em relação ao Dólar Norte Americano e ao rand de Janeiro a Março de 2009. Mesmo com a injecção de cerca de 270 milhões de dólares norte americanos no mercado durante o ano de 2008, observa-se, por um lado a apreensão do sector privado nacional em relação à escassez de dólares no mercado, e por outro lado uma variação da taxa de cãmbio de 25mt/usd para cerca de 26,9mt/usd de Janeiro a Março corrente.
Promoção de Habitos de Poupança - Recentemente em Conferência de imprensa, o Porta-voz do Governo Moçambicano, Luis Covane disse que o índice de poupança em Moçambique situa-se entre os 10% e 12% (baixo índice), contra os 25% desejados . Procurei buscar alguns dados sobre o PIB e as suas componentes no INE e encontrei este documento que faz referência a alguns dados oficiais sobre consumo e investimento/poupança em Moçambique que podem ajudar-nos a compreender melhor o fenómeno.
Mas a questão Mantêm-se: como estimular a poupança das familias Moçambicanas num contexto de crise financeira internacional?
Evidentemente que a expansão da rede bancária até as zonas rurais é uma grande contribuição pois aumenta a capacidade de resposta ao investimento interno, Mas e depois ? quem vai fazer as poupanças nesta nova rede de Balcões bancários espalhados por todo o País ? são os investidores locais, são os cidadãos ? Então é necessário acompanhar esta expansão da rede bancária com uma expansão e gestão do fundo de desenvolvimento local alocado aos distritos pelo governo moçambicano, sob pena de termos bancos comerciais e um fundo de desenvolvimento a concorrerem de forma desajustada ao nível dos distritos. talvés seja esta uma das razões para o receio da banca comercial em apressar-se aos distritos em contextos de crise, sem a prévia negociação com o governo.
O grande debate sobre o Desafio do salário Mínimo em Moçambique, aliado ao mercado de emprego é um assunto que não deve ser ignorado pelo grupo criado pelo Governo moçambicano para fazer face à crise financeira . O grupo constituído pelos Ministros das Finanças, Planificação e Desenvolvimento, Agricultura, Indústria e Comércio e com a Participação do governador do Banco de Moçambique tem a missão de olhar igualmente pelo mercado de emprego, que envolve o sector privado, os sindicatos e o próprio governo na busca de um equilibrio do salário mínimo. A título de exemplo os sindicalistas já vieram a publico defender que a cesta básica de um trabalhador Moçambicano está avaliada em cerca de 5.000Mt/mês = 200 USD/mês, no entanto actualmente o salário mínimo ronda aos 1900Mt/mês = 74,5 USD/mês. O grupo tem que analisar com cautelas os efeitos da crise sobre a produtividade de mão de obra nos mega-projectos nacionais.
Apesar de ter ficado impressionado em relação à visão macroeconomica apresentada pela chefe do Governo Moçambicano, é importante, (e acredita-se que chegar-se-á a esse ponto) que o Governo se concentre em medidas mais específicas de reacção e procurem alcançar o consumidor final. Queria ter ouvido mais a Primeira-Ministra a falar sobre os desafios e as oportunidades para os CIDADÃOS Moçambicanos face à crise financeira internacional, como é que os seus bolsos são directamente afectados e que oportunidades podem encontrar no dia-a-dia, para os consumidores, para os pequenos e médios contribuíntes da economia Nacional que são aos milhares. Queria também ouvir um pouco mais sobre o estimulo à poupança nas zonas rurais em particular, onde a agricultura de subsistência é a actividade dominante das familias. Penso que o tempo não foi suficiente.
Há que reconhecer e dar a devida vénia a um aspecto, um desafio lançado pela Primeira-Ministra, Luisa Diogo aos economistas Moçambicanos. É necessário que os economistas Moçambicanos façam a análise em relação a crise financeira internacional, principalmente a nível sectorial, em particular à AMECON. Moçambique carece de debate mais aberto, profundo e participativo sobre a sua economia protagonizado por economistas Nacionais, principalmente os académicos e investigadores. O debate ainda está reduzido a um grupo muito restrito de economistas Moçambicanos. o debate académico crítico e construtivo poderá constituir uma plataforma para que o governo e outros actores e agentes busquem subsídios teóricos e práticos para facer face ao mercado.
Basílio Muhate