Blog do jovem economista e politico Basílio Muhate - o canto onde o país real, as teorias e as políticas economicas se cruzam. Rabiscando a Economia de Moçambique.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
IX Conferência Anual do Sector Privado – Moçambique
O Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza, que procedeu à abertura do evento salutou o evento e tocou naquilo que se considera como o principal desafio para o desenvolvimento de Moçambique nos próximos anos: tornar os distritos como polos de desenvolvimento de Moçambique. Apontou as medidas que o Governo Moçambicano vem levando à cabo para o efeito tendo indicado a implantação de mais infra-estruturas tais como as rodovias e ferrovias que facilitam a ligação entre os centros industriais e comerciais do País, a expansão da rede nacional de energia eléctrica, de telefonia móvel e fixa que viabilizam empreendimentos sociais e económicos e facilitam a comunicação dentro do País e com o resto do mundo.
Salimo Abdula apontou igualmente os desafios que se impõem ao sector privado Moçambicano face à crise financeira internacional, sugerindo que o Governo e o Banco Central Moçambicano (Banco de Moçambique ) garantam a manutenção das linhas de disponibilidade de crédito bancário interno para o sector produtivo.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Governação Corporativa em Moçambique (Corporate Governance)
A literatura existente sobre a matéria aponta os acionistas e administradores das firmas como os principais actores, mas inclui também os funcionários, fornecedores e clientes, bancos e outros credores, instituições e órgãos reguladores e até a comunidade em geral.
A principal preocupação da Governação corporativa ou corporate governance é levar os agentes ou actores empresariais e institucionais a obedecerem e cumprirem com os códigos de conduta empresariais de modo a reduzirem no máximo os conflitos de interesses entre si e maximizarem os seus proveitos, pois este exercício produz vantagens económicas para as firmas.
A Enciclopédia wikipédia aponta que tem havido um renovado interesse no assunto de governança corporativa desde 2001, particularmente devido aos espetaculares colapsos de grandes corporações norte-americanas como a Enron Corporation e Worldcom. Em 2002, o governo federal norte-americano aprovou a Lei Sarbannes-Oxley, com o propósito de restaurar a confiança do público em geral na governança corporativa.
Em Moçambique, o conceito de Governação Corporativa vem ganhando maior espaço. Segundo a International Chamber of Commerce este conceito é introduzido em Moçambique nos finais da década de 90, onde o focal point para a governação corporativa era a Confederação das Associações Económicas e Empresariais de Moçambique (CTA), instituição que representa o sector empresarial no País. O Código comercial Moçambicano, segundo a ICC contém linhas de orientação para a governação corporativa, mas não é um código de governação corporativa.
Mais recentemente foi criado o Instituto de Directores de Moçambique (IoDmz), instituição que representa administradores, directores e outros executivos de topo da hierarquia das empresas e organizações do sector público e privado, enquanto pessoas individuais que contribuem significativamente para o progresso e para o desenvolvimento da sociedade moçambicana. Esta instituição pretende criar espaços de informação e discussão sobre o Corporate Governance, sustentando um fórum no qual os indivíduos são encorajados a expressar os seus pontos de vista e prestar os seus contributos, aspirando contribuir para o progresso dos negócios e das políticas públicas visando o bem comum.
É importante que este conceito, mesmo para o caso de Moçambique, seja claramente explicado e que continue a abordar-se o tema em vários fóruns, porque já vi e ouvi muitos que fingem saber o que é governação corporativa, mas que depois percebe-se que ou não sabem e estão a tentar ou fingem saber simplesmente para agradar a qualquer um. Mas também já tivemos oportuinidades de testemunhar boas lições e exemplos de corporate governance por Moçambique dentro. O mais importante para uma economia Moçambicana é que estas relações contribuam efectivamente para o desenvolvimento e crescimento económico, para consolidar as vantagens competitivas do sector privado nacional e para que as firmas estejas melhor preparadas para fazer face a integração económica regional.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Sobre a Crise economica nos EUA
Mas vamos ao trecho do Prof. Dr. Ubiratan Ioro:
O artigo completo pode ser lido aqui.“ A causa principal, a meu ver, do esquecimento a que foi relegada a Escola Austríaca foram suas recomendações para eliminar o que ficou conhecido como a Grande Depressão dos anos 30: os governos deveriam abster-se de intervir na economia, deixando funcionar o sistema de preços livremente e o mercado reavaliar os valores dos recursos! Sim, isto significaria falências de bancos e de muitas empresas, mas falências fazem parte do jogo, a não ser que os contribuintes sejam convocados compulsoriamente a sustá-las, como o governo americano, mais uma vez, pretende fazer neste momento. É o processo, inevitável, de ajustamento, em que os maus investimentos feitos no passado, baseados em expansão monetária travestida de pseudo-poupança, precisam ser eliminados. Mas isto é impopular hoje, como era impopular nos anos 30, o que levou Roosevelt a adotar as recomendações intervencionistas de Keynes, muito mais palatáveis sob o ponto de vista político.
Assim, firmou-se a idéia de que os governos deveriam controlar a demanda “agregada”, com base no “princípio da demanda efetiva” de Keynes e as corretas teses austríacas lançadas na gaveta do esquecimento, algo que nem a concessão, em 1974, do Nobel de Economia a Hayek conseguiu mudar. Desde os anos 30, praticamente todos os economistas são “keynesianos”, mesmo os monetaristas e os novos clássicos, que prezam a economia de mercado e nada têm de socialistas... Uma lástima, de conseqüências desastrosas não apenas para a academia, mas para a humanidade!
A história da crise de hoje não difere, em sua essência, daquela da Grande Depressão e foi plantada pelas políticas do Fed de manter as taxas de juros artificialmente baixas. Ora, juros baixos tornam viáveis projetos de longo prazo, cujos valores presentes são mais beneficiados do que os dos projetos de curto prazo. A construção civil, claramente, está no primeiro grupo. Assim, foi um negócio não natural, estimulado pelo governo americano. Mas, além dessa tentativa de aceleração forçada da prosperidade, as autoridades americanas imbuíram-se da idéia errada de que, se qualquer pessoa desejasse um empréstimo para comprar uma casa, o governo teria a obrigação de concedê-lo, mesmo que indiretamente, idéia que operacionalizou criando a Freddie Mac e a Fannie Mae, empresas com status jurídico cinzento, já que eram geridas privadamente e tinham capital aberto, mas sempre foram protegidas pelo Estado, com o intuito de subsidiar os empréstimos. E o mercado – que, nessas horas, não falha – antecipou corretamente que tais empresas seriam socorridas pelo Estado em caso de dificuldades. Com medidas desse tipo – taxas de juros abaixo da inflação corrente e subsídios camuflados a hipotecas – qualquer economista conhecedor da tradição “austríaca” poderia detectar, há anos, que surgiriam graves problemas futuros.
E o futuro chegou! Em meados de 2006, as empresas de construção civil sentiram os efeitos da alta da taxa de juros ocorrida e também prevista pela teoria, decorrente do cabo-de-guerra ou disputa pelo crédito, como previram, por exemplo, entre inúmeros outros, os seguintes artigos, todos encontrados em http://www.mises.org/ : Who Made the Fannie and Freddie Threat?, de Frank Shostak, de 5 de março de 2004; Freddie Mac: A Mercantilist Enterprise, de Paul Cleveland, de 14 de março de 2005; Fannie Mae: Another New Deal Monstrosity, de Karen De Coster, de 2 de julho de 2007 e How Fannie and Freddie Made Me a Grump Economist, de Christopher Westley, de 21 de julho de 2008.”
domingo, 28 de setembro de 2008
A Economia de Moçambique de Samora Machel
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Mozambique no Doing Business 2009
Com cerca de 21 milhões de habitantes e uma renda per-Capita de 320 Us$, Moçambique posiciona-se na 141 posição da doing business 2009, uma queda de 2 posições em relação a 2008.
Estes dados agregados indicam ainda que Moçambique desceu 14 lugares no que diz respeito aos procedimentos de abertura de empresas, registando igualmente uma queda no que se refere à facilidade de obtenção de alvarás, o que significa que no rol dos 181 países que constituem esta amostra regista-se uma maior dinâmica na facilitação e flexibilização de captação de investimento privado.
A protecção de investidores e o pagamento de impostos também não foi satisfatória em Moçambique em relação a outros países, o que representam entraves a ser analisados pelas instituições de tutela.
Mas este relatório Doing Business 2009 não é de todo mau para Moçambique pois aspectos como a contratação de funcionários e obtenção de crédito por exemplo, vão registando melhorias significativas segundo este relatório do Banco Mundial. Moçambique também registou uma subida em termos de comercio internacional e cumprimento de contratos.
Se Classificarmos apenas os Países de Renda Baixa, nos quais Moçambique se insere, este relatório identifica 47 Países de Renda Baixa e Mozambique ocupa a 22ª posição no ranking, numa lista liderada pelo Quirguistão, Oman e Quenia e com países como Guine-Buissau, RDC e Burundi na cauda.
Ainda vale a pena analisar o critério Continental. dos 47 Países africanos que participam no Doing Business 2009 Moçambique posiciona-se na 18ª posição numa lista liderada pelas Maurícias, Africa do Sul e Botswana e com Países como RDC RCA e Guine-Bissau na cauda.
O facto de Moçambique estar acima de países potencialmente mais ricos tais como Senegal, Angola, Costa do Marfim, Mali, etc. representa um sinal de que o País continua estável do ponto de vista de ambiente de negócios.
ENTÃO A QUE É QUE SE DEVE A QUEDA DE 2 LUGARES MOÇAMBIQUE EM NO RANKING DO DOING BUSINESS 2009 ?
Um dos factores foi a subida vertiginosa do Ruanda no ranking, devido as reformas que aquele País africano vem implementando nos últimos anos e as facilidades que está a criar principalmente no registo de propriedade das empresas, na obtenção de alvarás e nos passos necessários para o estabelecimento de negócios. Ruanda subiu 9 posições ocupando actualmente a 139ª posição.
Outro País que subiu ligeiramente foi o Uzebequistão que se encontrava na 140ª posição, tendo subido para a 138ª, principalmente devido as facilidades de acesso ao crédito que se verificam naquele País do Leste europeu ou Asia Central.
Portanto, Moçambique no último ano manteve a sua estabilidade no ambiente de negócios mas foi superado pela dinâmica que vem sendo implementada no Burundi e isto é um sinal para a economia Nacional uma vez que é preciso tomar em consideração as dinâmbicas do comércio livre na região de modo a que nos próximos anos Moçambique continue a ser um lugar apetecível para se fazer negócios e que questões como obtenção de alvarás, número de procedimentos para a abertura de negócios e outras exigências burocráticas que entravam o investimento sejam revistas e reduzidas sempre que possível.
MOZAMBIQUE IS A GOOD PLACE TO INVEST AND TO DO BUSINESS !