O Gráfico acima, publicado no The Economist, mostra a evolução do preço do petróleo no período compreendido entre 1970 e o presente ano. Estimando a preços de 2003, estamos a atingir os picos registados na crise petrolífera do final dos anos 70.
Ainda não existem argumentos que convençam que a alta dos preços do petróleo não veio para ficar, mesmo com as tentativas de vários agentes de alterarem o cenário por meio de especulação ou acções de curto prazo sem uma perspectiva a medio ou longo termo. Será que alguma economia, principalmente as economias africanas, estão em condições de contrariar esta "flexibilidade da China e da Índia" no mercado mundial a curto ou médio prazo ?
Deixemos isso para o fazedores de políticas económicas, mas é preciso assegurar que sejam tomadas medidas estruturais, como por exemplo, o aumento dos impostos, o que pode fazer durar mais o petróleo e estimular energias alternativas (Moçambique já apontou a cana-de-açucar como uma fonte). Essa receita é muito forte, mas o efeito da sua não aplicação, dado o actual cenário pode ser ainda mais agravante.
Primeiro foi o preço de combustíveis que disparou em Moçambique, depois os transportadores acharam que deviam ajustar os preços dos transportes, seguidamente houve uma forte reacção dos consumidores (5 de Fevereiro) recusando os preços, alegando baixos salários, o que levou os policy makers (Governo) a travarem o aumento através de subsídios aos transportadores. A seguir o Governo trouxe mais uma medida de ajustamento salarial para melhorar a situaçao. Mas agora recentemente em Moçambique as gasolineiras vieram à público anunciar que pretendem ajustar (aumentar) os preços dos combustíveis e já informaram ao Governo da Sua pretensão.
Por este andar, corremos o risco de entrar novamente neste ciclo vicioso causado pela tomada de medias de curto prazo, quando efectivamente Moçambique necessita de medidas mais estratégicas e com uma visão de longo alcance para fazer face a estes cenários económicos internacionais.