Blog sobre Moçambique

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Ministerio da Juventude e jovens moçambicanos

As Associações Juvenís priratas estão na mira do Governo e segundo o Ministro da Juventude e Desportos, David Simango, não se pode tolerar mais esta situação convidando os jovens e as direcções provinciais da instituição a serem próactivos em relação às oportunidades que o Programa Geração Biz oferece.
Há dias atrás o Ministério da Juventude disse que era preciso que as associações juvenís se capacitassem em elaboração e implementação de projectos, para melhor utilização do Fundo de Apoio as Iniciativas Juvenis (FAIJ). Estas constatações são aquelas que vieram à público no mais recente Conselho Consultivo do MJD.

Na minha opinião o Ministério da Juventude e Desportos podia ser mais informativo em relação àquilo que faz no sector da Juventude. Sinto que há uma maior atenção ao desporto, não sei se é por ser uma área menos transversal, talvés seria melhor chamarmos de Ministério dos Desportos e da Juventude. Muitos jovens Moçambicanos, principalmente nas grandes cidades, continuam a enfrentar o problema da falta de emprego, falta de habitação à baixo custo para aqueles que já estão empregados, Falta de espaços e oportunidades para a ocupação dos tempos livres, o que favorece à criminalidade e pratica de actos de vandalismo.

O Fundo de apoio as iniciativas Juvenis foi e é uma boa iniciativa do MJD, mas é uma iniciativa que ainda está muito aquem das expectativas dos Jovens, as estatísticas irão dizer-nos no futuro. Além do FAIJ, acho que era importante pensar-se em Programas governamentais estruturais e conjunturais virados para os jovens. O maior programa juvenil do Governo´, o Programa Geração BIZ, é uma iniciativa com grande impacto nos jovens, mas é um programa virado ao combate ao HIV-SIDA. Apesar de ser um bom Programa do MJD este é um programa defensivo e não de avanço.

A legalização das Associações Juvenís deve ser mais flexível. Não vale a pena fazermos caça às bruxas a grupos de jovens que levam à cabo boas iniciativas para a sociedade só porque não estão a conseguir fazer face ao elevado nível burocrático que envolve a legalização das associações Juvenis. A Legalização das Associações juvenís deve ser mais flexibilizada. As leis servem para facilitar e melhorar a vida das comunidades.

O programa do Governo, na sua secção de juventude aponta para a criação e institucionalização do INSTITUTO DA JUVENTUDE. Acredito que isso ainda vai acontecer e a criação desta instituição seja uma mais-valia para a juventude pois acredito que haverá uma maior capacidade de análise e procura de melhores soluções para os Jovens Moçambicanos.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Solução para os preços dos "Chapa100": Subsidios aos transportadores

O Aumento do preço do Barril de petróleo no mercado internacional tem efeitos sobre os preços de combustíveis em Moçambique. Sabe-se que o preço dos combustíveis é um elemento determinante da produção global de um País.
Moçambique é um país importador de combustíveis e um aumento no seu preço leva as empresas a produzirem menos logo à partida e o saláriop real (w/p) - salários sobre os preços - cai. As pessoas tem o mesmo salário que auferiam (salário nominal), mas o poder aquisitivo do mesmo é inferior, devido ao aumento dos preços.
A situação dos semi-colectivos em Maputo, é uma dessas situações típicas que cria problemas para o Governo. Se este não fizer nada numa situação destas, pode sofrer uma situação de contração da economia e aumento dos preços.
Acomodar choques por meio de de políticas expansionistas, subsidios, podem levar à economia e estabilizar-se novamente, mas o custo de manter a produção e o emprego inalterados depois de um choque será um aumento maior do nível de preços.
Isto significa dizer que a curto prazo o subsídio pode ser uma solução para a problemática dos semi-colectivos, mas qual é o efeito a médio e longo prazo ? até quando os preços dos transportes se manterão inalterados e o governo subsidiará se os preços dos combustíveis tendem a aumentar ?

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Ainda sobre os preços de Transportes e Combustiveis: É preciso pensar-se no futuro !

A decisão ficou em manter os preços dos semi-colectivos "chapa100" nos valores anteriores à tomada da decisão de aumento. Portanto, o custo de uma passagem irá manter-se nos 5,00 mt e 7,5mt na cidade de Maputo. Ontem os transportadores não se fizeram à rua, mas hoje a vida já começa a voltar a normalidade, apesar da Escassez de Gasolina que se verificou durante o dia na maior parte das estações de abasecimento de Combustível de Maputo.

Uma fonte credivel do ramo petrolífero assegurou-me ainda hoje que esta escassez de combustível em Maputo deveu-se ao facto de os principais fornecedores não terem distribuído o combustível nos dias 5 e 6 de Fevereiro nas estações de abastecimento de Maputo, devido à turbulência que se vivia na capital do País. Prefiriram evitar o pior.

Agora que as coisas estão mais calmas é preciso fazer-se uma séria e profunda reflexão sobre o futuro curto,médio e longo. Não se deve esquecer que os preços dos combustíveis estão a aumentar em todo o mundo, que os transportadores não estão a gerar lucros com as tarifas que aplicam, que o Governo deve encontrar uma alternativa viável que passe pelo subsídio ou outra acção de política orçamental ou monetária que ponha cobro a situação,e que os salários reais diminuem à medida que o custo de vida aumenta.

Que solução ?

Como tornar acessível o discurso político: falando sobre o futuro

Achei interessante partilhar hoje este texto de Francisco Ferraz
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Qualquer manifestação política verbal não pode prescindir da clareza, sob pena de não ser entendida pelos eleitores. E uma das palavras mais usuais à linguagem do poder é futuro. Aprenda a falar sobre ele de maneira factível
Não há regra mais importante na comunicação política do que clareza. A política depende do falar: discursar, argumentar, conversar etc. Não basta, entretanto, a palavra para que o candidato diga o que quer, da forma que bem entender. Se ele não falar de maneira a ser entendido pelos eleitores, sua comunicação não vai funcionar. A comunicação, nunca é demais repetir, "não é o que você quer dizer para os outros, mas aquilo que os outros estão interessados em ouvir", na feliz expressão de Ogilvy. Como se usa, na comunicação política, a mesma linguagem usada na comunicação convencional – nas conversas em família, com amigos, no trabalho, no lazer – os conceitos políticos incorporam um grau de ambigüidade muito alto. Diferentes pessoas, numa discussão, por exemplo, usam o mesmo termo com significados diferentes - em certos casos, inclusive opostos. O conceito de poder carrega um significado político muito diferente do que quando aplicado às relações familiares, afetivas, de trabalho, associativas etc.
A linguagem política não guarda qualquer semelhança com aquela empregada na medicina
Nesse aspecto, a linguagem política se diferencia radicalmente daquelas usadas em outras especialidades e profissões - como na física, na biologia, na medicina, na engenharia, no direito, na economia, etc. Estas áreas do conhecimento possuem uma terminologia que só os iniciados nela entendem, depois de um período de treinamento e estudo. Seus termos e conceitos possuem significados claros, não ambíguos, além de conterem referências externas observáveis e previamente descritas, o mais das vezes, de forma quantitativa - fenômenos, sintomas, eventos e comportamentos, por exemplo. Assim, no mundo da medicina, uma convulsão, por exemplo, possui uma descrição sintomática precisa, permitindo a qualquer médico que a observe chegar ao mesmo diagnóstico, dando ao fenômeno o mesmo nome. Tal não ocorre na política, cujos termos mais importantes ao desenvolvimento de teorias e a análise e descrição dos eventos são fartamente partilhados com o senso comum. Atente-se, por exemplo, para a universalidade de uso de conceitos como poder, influência, conflito, interesses e consenso, tão usados na linguagem comum e, por outro lado, tão centrais para a política.
Futuro
O termo futuro é muito usado na política. Os discursos de governantes e de opositores a todo momento referem-se a ele ora como esperança, ora como época de dificuldades. Muito cuidado ao utilizar a palavra futuro na comunicação com o eleitor, uma vez que quanto mais baixo seu nível sócio-econômico, mais distante, remoto e até irrelevante parecer-lhe-á o futuro. Soa-lhe muitas vezes como uma desculpa antecipada para o candidato se justificar pelo que não fará, caso seja eleito, mesmo que o tenha prometido. O futuro na campanha eleitoral é muito próximo (de um a dois anos e, no limite, até quatro anos para certos projetos e providências de realização complicada). Ao falar sobre o futuro próximo, o candidato pode anexar algo sobre um prazo mais longo. Mas isso deve ser pintado como grandioso, sem ser utópico.
O eleitor, por definição, não quer esperar pelos projetos que ele próprio escolheu
Jamais se deve esquecer que o eleitor é imediatista. Ele sabe que a convergência que faz o político (pessoa importante) procurá-lo (pessoa comum) é ocasional, curta, não duradoura e incerta. Por isso, espera resultados imediatos e críveis. É preferível oferecer menos do realizável a curto prazo, do que muito do que já foi muitas vezes prometido e não realizado - ou do que pareça-lhe pouco provável de realizar no curto prazo. O período da promessa crível em uma eleição é o mandato. Ao fim deste, havendo a possibilidade de reeleição, pode-se então extrapolar os objetivos para o próximo período. O contato com o eleitor deve ser estabelecido a partir da realidade atual, quando as melhorias podem ser julgadas como realizáveis ou não. É mais prudente prometer menos do que se sabe que vai realizar - e, quando se entrega a obra ou realização, deve-se divulgar fortemente que se fez além do prometido, pela capacidade administrativa e pelo bom uso do dinheiro público.
Além disso, é conveniente realizar-se aos poucos a obra ou projeto, para valorizá-la, manter um ritmo de mudança contínua e fazer com que as pessoas acompanhem a execução do início até o seu fim. Se tudo for concluído logo, passados alguns anos do mandato as pessoas não mais a valorizarão como uma realização nova, uma conquista, uma demonstração de capacidade da sua gestão. Acostumadas com ela, a sensação que têm é que aquilo já não conta muito politicamente a seu favor. Aquela realização está prestes a se encaminhar para o esquecimento das circunstâncias de sua implementação.
Aqui é impossível não recordar Maquiavel, quando diz, em O Príncipe: "O mal deve ser feito de uma só vez, mas o bem deve ser feito aos poucos, porque as pessoas esquecem o bem que lhes foi feito com muita facilidade".
Francisco Ferraz
Editor Responsável: Francisco Ferraz

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Preços dos "chapas" já não vão subir por enquanto

Os Preços dos Chapas já não vão subir, segundo os resultados da negociação entre o governo e a Federação dos transportadores (FEMATRO), que se prolongou pela noite de ontem para resolver a questão das manifestações que paralisaram muitas actividades na cidade de Maputo.

Na manhã de hoje as pessoas fizeram-se à rua, mas para sua surpresa os transportadores não estão a circular, provavelmente devido a vários factores. Um deles é provavelmente o medo dos transportadores de serem violentados pelos populares pois a situação de ontem criou algum medo no seio dos motoristas e cobradores dos chapas.

Outro factor pode ser uma provável greve silenciosa por parte dos transportadores pois segundo alegam, eles é que estão a subsidiar os passageiros quando devia ser o Governo a fazê-lo, e com os preços actuais não é possivel cobrir os custos de exploração e muito menos lucrar neste negócio concorrencial.

E agora ? quem subsidia a quem ? por um lado temos os transportadores que dizem que os custos de combustíveis são altos e que são insustentáveis; por outro lado está o cidadão que defende que os salários são baixos e a estes preços dos transportes o custo de vida é insustentávelmente alto; e por outro o Ministério dos Transportes e Comunicações que procura mediar de alguma maneira a situação.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Presidente do Banco Mundial em Moçambique Vs. Tumultos em Maputo

Hoje fiquei a saber que o Presidente do Banco Mundial Robert Zoellick, deu nota positiva ao crescimento da Economia Moçambicana, no final da sua visita a Moçambique, num périplo que o levará igualmente a Mauritânia, Liberia e Etiopia. Esta performance, caracterizada por um crescimento económico médio de 8% ao ano e uma redução da pobreza em 15% nos últimos anos, irá contribuir para melhorar o nível de vida das populações, segundo Robert Zoellick.

Apesar das palavras satisfatórias e encorajadoras do Banco Mundial, a situação económica e social na cidade de Maputo está tumultuosa, com as manifestações iniciadas na manhã de hoje, 05/02/08, causadas pelo aumento das tarifas dos transportes semi-colectivos "chapa100", aliado ao aumento do preço do pão e de alguns produtos básicos no mercado de Maputo, um mercado determinante no desempenho da economia de Moçambique.

A consequencia imediata foi a paralisação dos transportes públicos e inclusivé particulares, e o encerramento de vias de acesso e de vários estabelecimentos comerciais nas principais praças comerciais de Maputo, nomeadamente a Baixa da cidade, o alto-maé, o mercado central, os acessos ao mercado de Xipamanine, Fajardo, etc.

Os bancos comerciais também encerraram algumas dependências, o que está a gerar uma paralisação de várias transacões. Idém para a telefonia móvel que, mais uma vez, dada a azáfama, demonstrou que ainda precisa de melhorar a sua capacidade.

Agora fiou um ping-pong entre os transportadores, o governo e os populares. cada um puxa a braza para o seu lado !! Só espero que as expectativas criadas pelo Banco Mundial em relação à economia Moçambicana se reajustem o mais rápido possível.
Foto tirada aqui

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Mais um VW "carochinha" foi-se em Maputo

Mais uma das poucas viaturas VW "Carochinha" que ainda resistem na cidade de Maputo foi-se na última sexta-feira, levada pelas chamas na esquina entre as Avs. 24 de Julho e Carl Marx. Até ao final de domingo, dia dos Héróis Nacionais, a carochinha ainda estava lá na esquina...
O Jornal noticias refere que o condutor sofreu ferimentos.
Esses carros .. .. .. estão a ficar escassos... !!