Blog sobre Moçambique

sexta-feira, 25 de julho de 2008

GESTAO ESTRATEGICA - FAZER DO EMPREGADO O PRINCIPAL CLEINTE*

FAZER DO EMPREGADO O PRINCIPAL CLEINTE DA EMPRESA*
Sobre uma realidade no mundo empresarial

Por: Bruno Almeida - Consultor

Todos os dias ouvimos dizer que o nosso PIB cresceu em tanto porcento. Claramente que tudo tem uma razão de ser… e hoje venho aqui para falar da necessidade de valorizar os factores responsáveis por este crescimento.

Como economista teria que associar este factor ao investimento directo estrangeiro, redução das importações, surgimento de novos postos de trabalho, incremento das exportações “oxalá fosse do nosso caju”… Mas como Gestor e líder não posso parar por ai, tenho que ir mais longe, existe um recurso que deve ser sempre objecto de análise em todas as vitórias por nós alcançadas, o executor “HOMEM”

Quem nunca ouviu ou leu frases como as que se seguem:
“…. Vestir a camisola…”
“A imagem de uma organização é o rosto dos seus Empregados”
… E tantas outras que se fosse para citá-las levaríamos “uma eternidade”
Eis a explicação
Nos dias de hoje, de qualidade total e de competição sofisticada, o recurso essencial para criação de riquezas/poder/liderança é a informação. O que muitas organizações estão a perceber é que não basta tratar bem o cliente que vem a procura de seus produtos ou serviços. Encarar o empregado como um cliente interno, proporcionando sempre a sua satisfação e bem-estar, é hoje uma regra básica em qualquer Organização preocupada em aperfeiçoar a sua capacidade de competir.
Um exemplo claro de Organizações que se aperceberam deste factor, são os partidos políticos, em que viram a necessidade de transformar seus membros/militantes em aliados na luta para agradar, manter e atrair novos membros (clientes).
Caros empresários sigam exemplo, com os que movem massas, valorizam pessoas, descentralizam o poder e olham o factor humano como a chave para eficiência e sucesso.
Estas mudanças não são só para nós no 3º mundo, os “hiper desenvolvidos” já se aperceberam disso e estão trabalhando nesse sentido.
Em qualquer País, à medida que a concorrência se torna mais dura, fica cada dia mais difícil fazer produtos totalmente diferentes, já que qualquer inovação é imitada por outras empresas. Dessa forma, os empregados tornam-se os maiores aliados, ou seja, não são transformados em algo que eles não são, mas sim, tirar deles o melhor que possuem.
Imaginem se as nossas empresas investissem na criação de um ambiente onde o empregado é tratado como cliente preferencial, de modo a estimular um sentimento de cumplicidade – “o vestir a camisola”, não receberíamos esses e-mail semanais de desabafo dos trabalhadores como vemos vivendo, desde que a Internet deixou de ser luxo para os menos favorecidos (bem hajam forças que continuemos atrás das tecnologias).
Claro que esta prática (que chamamos Marketing Interno ou Gestão Estratégica de Recursos Humanos) como qualquer outra, tem os seus custos e neste sentido algumas práticas são identificadas, modificando posturas dos gestores e objectivos empresariais.
Uma empresa só vai transformar o mercado, só vai conquistar clientes, só vai fidelizá-los, se todo o pessoal interno entender qual é o seu papel neste processo e perceber que, se ocorrerem erros, quem vai perder são eles.
Portanto, invistam nos seus colaboradores, dêem lhes autonomia, poder de decisão, porque quem ganha com isso é a Organização como um todo. O empregado motivado é que atende as necessidades e supera as expectativas dos clientes. Não pensem vocês que a motivação vem só dos bons salários, é necessário ter:
Política de Remuneração: Salários e Benefícios;
Possibilidade de tomada de decisão, liberdade e autonomia
Oportunidade de carreira: gestão de desempenho e possibilidade de crescimento;
O empregado deve ser incentivado a resolver problemas. Ele só não vai resolver se for um problema que ele não sente segurança para tal. Os gestores de sucesso querem que todos resolvam os problemas, porque se assim não for, primeiro, acumula tudo em um só e, segundo, o problema demora a ser resolvido.
Dedicado a todos aqueles que não têm tido tempo de espreitar pelo buraco do conhecimento das evoluções no mundo empresarial e para todos os que aspiram pelo conhecimento e aprendizado contínuo.
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* Titulo adaptado; texto original do Jovem Consultor empresarial Mocambicano Bruno Almeida

domingo, 20 de julho de 2008

MOZ Economia – entre ser estagiário e mendigo !!

Adaptado de um email recebido.

Interessante análise dos fatos à luz da administração / gestão de negócios; ou da geração prática de grana, mola, taco, dinheiro! Não sei se é para rir ou para chorar...


1. Um semáforo ou sinal de trânsito comum muda de verde para vermelho, em média, a cada trinta segundos (trinta segundos ele fica vermelho e outros trinta no verde);

2. Desta forma, a cada minuto um mendigo tem 30 segundos para pedir e conseguir 1 MT, o que dará 60 MT por hora (60 minutos x 1 = MT 60,00);

3. Caso o mendigo “trabalhe” o que trabalha um empregado comum, 8 horas por dia e 25 dias por mês, em um mês conseguirá 12000 meticais (25 x 8 x 60 = MZM 12.000,00);

Meu Deus! Será que as contas estão malucas? Será isto um absurdo?Analise e Veja se é Possível
  1. Conseguir 60,00 MT por hora parece ser bastante razoável para quem está no semáforo, já que, quem dá dinheiro aos mendigos muitas vezes dá mais que 1 Mt, às vezes, dá 5 ou 10 Meticais e até notas de 20 ou 50 Mt;

  2. Mas, vamos supor que o mendigo consiga somente a metade do que pensamos, ou seja, 30 MT por hora. Com isto ele teria 6000.00 Mt no fim de cada mês, que é mais do que o salário mensal de muitos estagiários;

  3. Tem mais. Quando o mendigo consegue uma nota de 20,00 Mt (e acontece!), ele pode se dar ao luxo de repousar tranqüilamente debaixo de alguma árvore por mais algumas mudanças do sinaleiro de trânsito, com o detalhe de que nenhum chefe vai encher o seu saco por causa disto.;
Bem, até agora, é tudo teoria. Como seria no mundo real?

  1. Tendo em vista as intrigantes informações obtidas até agora, fui entrevistar um profissional do ramo, uma senhora que pede esmolas num semáforo perto do Cinema Xenon. Perguntei quanto ela ganhava por dia. Você consegue imaginar o que ela respondeu?

  2. As conclusões anteriores estão quase certas. A mendiga disse que ganha entre 30 a 40 Meticais. Vamos dizer que sejam 35 por hora, que (com 25 dias por mês) da uma renda mensal de quase 7.000 MT/Mês. O detalhe importante é que ela falou que não precisa ficar lá 8 horas por dia para conseguir este valor.

Sintetizando ou resumindo a história:

Senhores estagiários, fica comprovada a melhor viabilidade do ramo da mendicidade frente ao trabalho como estagiário. Portanto, larguem já esta porcaria mal remunerada que estão fazendo e corram para disputar as vagas no semáforo ou sinaleiro mais próximo

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Rabiscos sobre a Faculdade de Economia da UEM

Hoje decidi escrever um pouco sobre a faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane. Não para trazer um novo debate académico, mas para rabiscar sobre aquela faculdade, desde os caloiros, que nos primeiros anos de faculdade deparam-se com a inesquecível Professora de Economia, a Dra Maria Isabel Munguambe, um exemplo de dedicação ao ensino metódico que a academia Moçambicana devia seguir, dentre tantos outros por este País.

Também passei pelas mãos da Dra Isabel Munguambe, na qualidade de estudante. Uma professora de mão cheia. Foi minha professora de Introdução à Economia Política. Quem já passou pela Faculdade de Economia da UEM na época do pós independência anos deve compreender o facto de eu começar este rabisco citando a Dra Isabel Munguambe.

Mas também não se pode passar pela faculdade de economia e não conhecer nomes de economistas professores como o Dr. Salomão Munguambe, Ex-Ministro das Finanças do Governo Moçambicano, o Dr. Lourenço Veniça de Introdução à Gestão, o Dr Angelo Macuacua, que foi meu professor de Contabilidade e actualmente é Vice-Reitor da UEM, a Dra Miquelina Menezes, actual Presidente da Associação Moçambicana de Economistas, o Dr Carlos nuno Castel-Branco, Pesquisador que dirige actualmente o IESE, Constantino Marrengula, actual Director para a docencia da Faculdade de Economia, Armindo Nhabinde, docente de economia monetária, Domingos Muconto, entre outros que se destacam pelo trabalho que vão realizando na em prol do economista do futuro.

Não me esqueci dos Drs Artur Gobe, Gildo, Neves, Manoela Sylvestre, Paulo Mole (Econometria) e do Dr José Chichava (economia de moçambique ufff...tão fácil mas tão difícil). Também encontras-te com eles lá na faculdade.

Quem passar pela faculdade de economia da UEM vai cruzar-se com esses professores e outros durante a sua "estadia", vai também saborear a Biblioteca da Faculdade (agora há uma biblioteca Central, na foto), que lá vai tentando facer face à demanda de manuais pelos estudantes. Tem também lá um núcleo de Estudantes, o NEFE, do qual eu fui um dos membros fundadores e Primeiro vice-Presidente do Núcleo, que na altura tinha como Presidente o José Macoola Cossa.

Ainda há muito por fazer para os estudantes no campo da investigação e pesquisa, das actividades extra-curriculares, das parcerias com instituições economicas e financeiras na área de estágios e inserção no mercado de trabalho de formandos, na realização de intercâmbios estudantis com outras instituições.

Do ponto de vista da docência, tal como em várias faculdades e universidades deste País, ainda nota-se algum fraco aproveitamento escolar em algumas cadeiras, não se sabe se por metodologia de ensino ou, como dizem alguns, porque os estudantes estão cada vez mais preguiçosos.

Enfim, é o primeiro rabisco sobre a faculdade de economia da universidade eduardo mondlane, oportunamente irei continuar com este rabisco sobre aquele local ... vale a pena falar dele !!

Bem haja faculdade de economia da UEM!!!

domingo, 13 de julho de 2008

ESTRATÉGIA DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL ESTÁ A FALHAR !

Se um País tem uma estratégia de emprego e formação profissional a falhar, significa que existe uma perspectiva futurista bastante preocupante, tanto do ponto de vista de redução dos índices de desemprego, principalmente para os jovens, tanto de cumprimento daquilo que é uma das apostas do Presidente Armando Guebuza que é a criação da riqueza por via do empreendedorismo e do auto-emprego.

Recentemente a Sra Abiba Tamele, Directora do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional de Moçambique (INEFP), veio a público afirmar que a estratégia de emprego e formação profissional de Moçambique está a falhar.

O Problema afecta a milhões de Moçambicanos. Os jovens formam-se nas escolas técnico-profissionais e não encontram postos de trabalho, não têm facilidades de acesso ao crédito para iniciar uma actividade económica, e geram-se casos de criminalidade e outros males sociais. O empreendedorismo juvenil em Moçambique está “encravado” pela falta de uma “alavanca” financeira subsidiada.

O INEFP já reconheceu que a estratégia de emprego, uma das principais preocupações dos Moçambicanos, em particular os jovens, está a falhar, o que já representa um passo importante para alterar o cenário. Passam-se cerca de 2 anos deste o lançamento desta estratégia que vai até 2015, o que pode permitir que o governo Moçambicano ainda tome em consideração a alteração deste cenário.

O INEFP devia encomendar um estudo para apurar dados que lhe são necessários para o seu trabalho. Moçambique precisa de ter uma informação estatística eficiente sobre o mercado de trabalho. Ninguém sabe dizer ao certo qual é a taxa de emprego ou desemprego em Moçambique ou quando é que se fez um estudo completo sobre o mercado de emprego em Moçambique.

Um instituto de emprego deve ter ao menos uma relação de instituições de formação técnico-profissional existentes no País e a capacidade de anualmente obter dados sobre a disponibilidade de novos formados em diferentes áreas técnicas para, dai saber que necessidades o País tem em termos de formação profissional.

Pode também ser criado um sistema de gestão que permita que todas as admissões ao mercado de trabalho pelo Governo e sector privado sejam reportadas ao Ministério do Trabalho e INEFP, de modo a que haja mais dados sobre quantas pessoas entram para um novo posto de trabalho em Moçambique.

Descentralizar a área de formação Profissional

Um dos maiores problemas que o INEFP actualmente enfrenta é o facto de o Instituto, consciente da sua capacidade de formação de técnicos, ainda não assumiu a descentralização da área de formação profissional que lhe compete, facto que representaria uma mais-valia para aquela instituição.

É importante que o INEFP estabeleça parcerias com instituições de formação técnico-profissional e que estas efectivamente desempenhem um papel chave na formação profissional ou ainda, como muitos defendem, é preciso que o INEFP passe a responsabilidade desta ares, sob forma de acordo de parceria, a uma outra instituição que possa faze-lo sendo subsidiada pelo estado.
Os números que anualmente são divulgados relativos à formação profissional do INEFP são ínfimos do ponto de vista das necessidades do País, e esse cenário tem que ser alterado.

O Desemprego nos jovens

A falta de dados estatísticos fiáveis sobre o emprego não permitem uma boa análise desta situação em Moçambique, mas pode-se afirmar categoricamente que mais de 50 % dos jovens Moçambicanos não têm um emprego formal, percentagem essa que vem aumentando nos últimos anos.

Por isso recomenda-se às autoridades da tutela a realização de um estudo da situação do jovem no mercado de trabalho em Moçambique, que pode juntar esforços do Instituto Nacional de Estatística (INE), do INEFP e do Próprio Ministério da Juventude e Desportos (MJD).

Ninguem discutiria tanto se num estudo se chegasse a conclusão de que uma parte significativa dos jovens Moçambicanos vive em condições de pobreza absoluta, com enormes dificuldades para estudar e trabalhar.

O esforço feito em Moçambique em termos de políticas públicas que beneficiem a juventude apresentam resultados que ainda se mostram insuficientes para gerar novos postos de trabalho e o segmento juvenil é o mais afetado por essa situação. É preciso que se mude este cenário.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Assembleia Geral Extraordinária na AMECON

AMECON
ASSOCIAÇÃO MOÇAMBICANA DE ECONOMISTAS

Rua Mateus sansão Muthemba, n° 452, R/C – Maputo – Moçambique
Telefone n° 21 485307 – Fax: 21 492739 – Email:
amecon@tropical.co.mz


CONVOCATÓRIA


São por este meio convocados todos os membros da AMECON – Associação Moçambicana de Economistas, para a Assembleia Geral Extraordinária a ter lugar no dia 08 de Julho de 2008, pelas 17:30 horas, na sede da AMECON, sita na Rua Mateus Sansão Muthemba, n° 452, R/C, com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Eleição de Novos Corpos Sociais para o biénio 2008 - 2010;
2. Diversos.

Se até meia hora depois da hora marcada para o início da Assembleia não houver quorúm a mesma será realizada com o número de membros presentes.


Maputo 03 de Junho de 2008

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O Presidente da Mesa da Assembleia
Joaquim Ribeiro de Carvalho
ADENDA: A Assembleia Geral da AMECON ficou adiada para o dia 17 de Julho de 2008, em Maputo.

sábado, 5 de julho de 2008

Não é verdade que jovens Moçambicanos podem vender o País !

Sou membro da OJM e não concordo que os jovens Moçambicanos, nem da OJM muito menos da FRELIMO possam em algum momento vender o País caso assumam a liderança.
Vejo a opinião do General António Hama Thai na entrevista que concedeu ao semanário MAGAZINE INDEPENDENTE num outro prisma. Respeitando as diferentes opiniões expressas sobre o assunto, acho que o General acabou chamando atenção à Juventude Moçambicana em Geral sobre a necessidade de se unirem esforços para fazer face ao futuro de Moçambique.

Digo isto porque surgiram várias vozes insurgindo-se contra Hama Thai, e apontando algumas lacunas que o País precisa de eliminar, como por exemplo a corrupção.

Os jovens da FRELIMO são aos milhares por este Moçambique, e pessoalmente nao concordo que se relegue a opinião do General à Juventude da FRELIMO, porque isto mais uma vez demonstra uma fraqueza de alguns círculos de Jovens de assumir confrontações, atirando a responsabilidade a outros jovens, o que em nada ajuda para uma geração que se pretenda unida. Hama Thai referiu-se aos Jovens e logo a seguir surgiram alguns a dizer: Ele não estava a falar de nós, estava a falar dos jovens da FRELIMO e da OJM. Isto demonstra que nós jovens ainda temos algum caminho a trilhar para que sejamos mais unidos.

Que jovens a OJM tem diferentes dos outros Jovens Moçambicanos? Tal como em todo Moçambique a OJM tem no seu seio jovens filiados desempregados, professores, engenheiros, estudantes, juristas, advogados, médicos, empresários e economistas, sociólogos, camponeses e agricultores, pescadores, técnicos vários dos sectores público e privado, académicos, jornalistas, religiosos, desportistas, artistas e outros.

Eu acho que as juventudes partidárias são importantes e é importante que a OJM continue a trilhar pelos caminhos que trilha, procurando melhorar a sua inserção na sociedade claro, e também os Partidos da Oposição Moçambicana incentivem à criação de ligas ou organizações juvenis nos seus partidos pois não sabemos da existência nem da actividade delas.

Estas afirmações de Hama Thai dirigem-se aos Jovens Moçambicanos, organizados ou não, partidários ou não. Por isso o que a nossa geração deve fazer é demonstrar que há um legado a ser deixado, e o diagnostico da Juventude aponta desafios e questões pontuais muito acima de uma mera discussão sobre pessoas como o General Hama Thai ou o Secretário Geral da OJM José Patrício, com todo o respeito que nutro por essas figuras.

Pobreza, Desemprego, Vias de acesso, cidadania, HIV-SIDA, crescimento económico entre outros são questões nas quais a juventude pode dar a sua contribuição de forma mais significativa.

A nossa geração está melhor preparada em relação à geração de 1964 que libertou o País, do ponto de vista de formação, de oportunidades, e mesmo do contexto em que o País se encontra para dar uma excelente contribuição para o desenvolvimento, a nossa única desvantagem é que ainda falta-nos uma coisa muito importante que aquela geração tinha, a UNIÃO ENTRE OS JOVENS MOÇAMBICANOS em torno de uma causa comum.

PAZ E MUITA UNIÃO
Para frente é o caminho !!
Um abraço
Foto: Timbila Muzimba , jovens que "vendem" Moçambique além fronteiras.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Relatório de crescimento económico de Michael Spencer

O Relatório de crescimento económico mundial, que aborda estratégias para o desenvolvimento inclusivo e sustentável, virado para questões do rápido crescimento sustentável e equitativo dos países em desenvolvimento, está disponível.

Michael Spence, prêmio Nobel de Economia dirige em coordenação com Danny Leipziger, vice-presidente do Banco Mundial, a CGD (The Commission on Growth and Development ), órgão que publicou (em 21/05/08) este relatório , que procura indicar um conjunto de políticas capazes de colocar países em desenvolvimento em uma trajetória de desenvolvimento rápido e sustentável. Segundo a CGD, mercados competitivos, adesão a mercados globais, liderança, persistência e pragmatismo são indispensáveis para tal, independentemente das peculiaridades de cada país. Entretanto, essas peculiaridades chamam estratégias distintas de desenvolvimento. Para quem está preocupado com os rumos do país, vale a pena dar uma olhada.
De acordo cm esta comissão, um rápido desevlvimento económico não pode ser visto como uma miragem, mas é necessário que haja boas e fortes lideranças cometidas com o desenvolvimento e que estejam em condições de tirar vantagens das dinámicas económicas globais.
As lideranças económicas e empresariais em Moçambique podem obviamente tomar este relatório como uma referência de leitura, que aborda questões ligadasà redução da pobreza e uma série de aspectos que realmente preocupam os actores do desenvlvimento económico e social de Moçambique.

Porque matérias-primas sobem de preço?

Texto interessante dos bloguistas de economia: Diego Baldusco e Guilherme Stein.
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Perguntem a macro, mas quem responde é a micro:
Porque matérias-primas sobem de preço?

Em meus estudos para Anpec li algo muito interessante no livro de Microeconomia do Varian.Ele me fez pensar:

Em que medida a taxa de juros influência o preço de recursos não-renováveis?

Digamos que você é um daqueles caras com “pano na cabeça”, como tão bem disse o nosso querido presidente Lula a respeito dos Sheiks do oriente médio, e você quer saber quando vale a pena extrair petróleo e quando vale a pena deixá-lo debaixo da terra.Digamos que você espera que o preço do petróleo irá subir no futuro, de tal maneira que o preço de hoje (P0) é menor do que o preço de amanhã (P1).

Será que vale a pena tirar o petróleo agora ou mais tarde?
Bem, a resposta é: vai depender. Depender do que?
Para saber o que fazer, você tem que olhar para taxa de juros relevante.Eis o motivo:Digamos que você tire o petróleo hoje e venda-o ao preço P0. O que fazer o dinheiro obtido na venda? Bem, se você não fizer nada com ele, deixando ele parado no cofre, seria melhor então tê-lo deixado debaixo da terra. Isso ocorre porque, se você não fizer nada com o dinheiro obtido, era melhor ter extraído o petróleo e vendido no período em que ele tinha um preço mais elevado, ou seja, no período seguinte.

Como P0 < P1, consequentemente sua receita, a quantidade de petróleo vezes seu preço (q.P), seria maior no período 1 (q.P0 < q.P1). Nesse caso, você extrai amanhã e não hoje.E quando então faz sentido extrair o petróleo hoje sabendo que o seu preço vai subir no futuro?Ora, só faz sentido tirar ele debaixo da terra quando você conseguir colocar o dinheiro obtido com sua venda em um lugar que irá render tanto quanto for a alta do preço do petróleo. O dinheiro obtido com a venda terá que ser investido em um ativo que renderá tanto quanto o ativo entitulado “Petróleo debaixo da terra”.

A condição de igualdade seria:

P0(1+r)=P1

Ou seja, o preço do petróleo agora, multiplicado por uma taxa de juros, deveria valer tanto quanto o preço do petróleo no futuro.Mas e o que isso tudo tem a ver com a alta no preço das commodities?

Bem, pela equação acima, podemos ver que, se a taxa de juros não for alta o suficiente para render o que o produtor de petróleo obteria ao deixar seu petróleo debaixo da terra, então ele não irá produzir petróleo!

O que acontece hoje é que a taxa de juros mais relevante para a economia mundial, taxa de juros americana, está em um patamar muito baixo, tanto em termos reais como nominais, e por isso, os ativos financeiros estão com um rendimento muito baixo. O rendimento é tão baixo que não vale a pena extrair petróleo agora para vendê-lo, aplicando o dinheiro obtido no mercado financeiro.

A expectativa de alta nos preços do petróleo, faz com que os produtores só queiram vender petróleo agora se a taxa de juros real compensasse a valorização que essa commodity terá. Como isso não acontece, todo mundo segura o petróleo debaixo da terra.Isso vale não só para o petróleo, mas também para qualquer tipo de commodity não-renovável.

Por isso que mesmo que os estoques de minerais e petróleo não estejam subindo, isso não quer dizer que a teoria não é verdadeira. Talvez os produtores simplesmente estejam reduzindo a oferta do produto, eliminando o “middle guy”.

A política monetária expansionista do FED deve ser, portanto, um dos culpados pela explosão no preço das matérias-primas.