Blog sobre Moçambique

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Marketing ativo

Assistindo a um documentário na televisão, descobri que algumas empresas adotam uma estratégia de marketing bem interessante. Em suma, empresa introduz o seu produto ao consumidor sem ele saber que isso está ocorrendo. Para ilustrar a idéia, o curto documentário mostrou o caso de uma firma que inventou um controle de jogos para computador no qual o usuário não apertava botões, mas dava os comandos simplesmente ao mecher seus dedos em diversas direções.
Para expor seu novo produto no mercado, a empresa contratou dezenas de pessoas para irem a cafeterias e ficarem sentadas jogando em seus notebooks. Algumas pessoas interessadas por jogos ficavam curiosas e perguntavam ao rapaz (contratado pela empresa) como o produto funcionava, onde ele havia comprado, qual era o preço, etc. Muitas dessas pessoas também testavam o produto (tudo sem saber que o cara era contratado pela empresa).
Eu, pessoalmente, achei a idéia fantástica. É uma maneira muito legal e eficiente de introduzir um novo produto no mercado, alcançando diretamente potenciais consumidores. No entanto, nem todo mundo gostou da idéia. Alguns criticaram esse tipo de marketing justificando que a empresa estaria enganando o consumidor. Outros falavam que isso era um crime, pois as pessoas estavam participando de uma campanha de marketing sem seu consentimento.
Oras, o rapaz na cafeteria não obrigou ninguém a perguntá-lo sobre o que se tratava aquele novo controle para jogos de computador. Ele não forçou ninguém a se interessar pelo produto, muito menos a comprá-lo! O que ele fez foi simplesmente ativar a curiosidade das pessoas que tinham um interesse naquele bem! Ele ampliou o leque de oportunidades que amantes de jogos tinham antes de ir na cafeteria, cabendo a cada pessoa individualmente decidir se valeria a pena comprar aquele produto ou não.
Não existe nenhum imperativo, como clamavam os críticos que foram entrevistados no documentário, que torna esse tipo de marketing anti-ético. De que maneira as pessoas foram prejudicadas nessa campanha? Elas não foram! Muito pelo contrário, elas tiveram a oportunidade de conhecer um novo produto sem custo algum.
O preconceito contra as empresas existe em muitos lugares do mundo, inclusive em países onde as pessoas vivem melhor por causa do setor privado. Não existe outra explicação para a histeria de órgãos de defesa do consumidor para com esse tipo de propaganda feita pelas empresas. É o velho medo de que alguns enriqueçam e se dêem bem na vida. A velha concepção das pessoas de que qualquer um que gere riqueza está assim fazendo a custa dos outros.

In Rabiscos Económicos de Philipe Berman e Guilherme Stein

Um comentário:

Anônimo disse...

Fiquei muito feliz ao saber que uma ideia que estou a desenvolver teve um impacto positivo. E estava realmente indecisa se seria encarado como manipulação aos consumidores. Mas o marketing nas suas diferentes formas envolve persuasão aos consumidores, por isso temos que ser criativos.